quarta-feira, outubro 27, 2004

Quando me sinto mais europeu sinto-me cada vez mais português


Foi com esta frase que o Presidente da República terminou a sua intervenção na abertura dos trabalhos da Conferência promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian e intitulada As novas fronteiras da Europa. Na minha opinião foi sem dúvida a melhor parte de uma intervenção marcada, como a maioria nesta conferência, pelo tema da adesão da Turquia.

Tal afirmação presidencial transportou-me imediatamente para tempos não muito distantes no tempo, mas bastante presentes emocionalmente, que corroboram a ideia do Jorge.

Sem querer puxar a sentimentalismos que tendo a sentir quando falo desta época, a verdade é que foi quando me encontrava no coração da Europa enquanto continente e enquanto formação política, Maastricht, que senti que esta frase fazia todo o sentido. Como quero ser prático e directo vou dar alguns exemplos quotidianos desta metamorfose. Quase um mês depois de ter chegado aos Países Baixos pedi aos meus pais que me enviassem um cd da Amália porque sentia necessidade de ouvir fado. Ainda que espantados por este meu interesse, enviaram o dito cd que me acompanhou a melancolia de um dia de chuva e frio no nono andar da multiculturalidade. Depois do fado foi a vez do bacalhau fazer uma viagem em caixa de cartão e com paragens várias e algumas demoras ser acompanhado por umas couves belgas colhidas no fresco da manhã num jantar de degustação portuguesa. Nos dias em que errava pelo edifício da biblioteca os meus sites favoritos eram o da TSF e Público, aonde devorava críticas de Fernando Alves e comentários vários com a curiosidade e preocupação inerentes à distância. Mais exemplos poderia enumerar, mas a realidade é que foi no mosaico cultural da Europa que encontrei a minha verdadeira identidade de português, não numa famigerada aliança atlântica.

2 Comentários:

Blogger daniel disse...

Completamente de acordo. E que saudades desse couvame, nunca é demais relembrar.

28 de outubro de 2004 às 15:49  
Anonymous Anónimo disse...

Olha devias morrer por citar esse traidor do presidente da republica
ass. Barão da Portela do Levante

4 de novembro de 2004 às 12:37  

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