quarta-feira, outubro 08, 2003

Arc Building

O Arc Building é o nome do edifico aonde eu vivo desde que iniciei esta aventura de ERASMUS. O edifico já nao é novo, e até tem uma remodelacao anunciada para Marco do próximo ano, no entanto já representa o aconchego de casa quando deixo para trás o frio e a chuva que nao cessam. Como tem 10 andares o elevador é amíude um ponto de encontro dos amigos, local para fazer novas amizades e quando nenhum destes casos se dá e tenho que fazer o percurso do piso K até ao 9 sozinho aproveito para olhar pela janela esguia que compoe a porta de cada andar. Parece que estou a passar pela vida particular dé várias famílias, vejo alguém de pijama a passear pelo corredor, outro a falar ao telefone, outros que discutem futebol e outros ainda que trocam apontamentos por via oral. O facto de um edíficio ser antigo acarreta alguns problemas no quotidiano, no entanto as pessoas que o habitam fazem-no viver intensamente um dos períodos mais intensos da vida, a juventude! No piso 9 do Arc vivem 10 pessoas. Para além de mim há o Michael, que é o meu companheiro de quarto, é americano e republicano. Há dois italianos, a Paola e o Daniel, um húngaro, uma sueca, uma finladesa, uma alema, uma canadioana e uma checa. Como a cozinha é comum e a televisao encontra-se na sala adjacente, estes dois espacos dao aso a conversas sobre temas variados como política internacional, futebol e demais desportos, cultura, economia, faculadade e como é natural raparigas/rapazes. É sempre interessante ter pontos de vista tao distintos como os do Michael e os meus ou os do Daniel.
Como estamos sempre no gozo uns com os outros é natural ter um post-it na minha porta a dizer que a Itália vai ganhar o campeonato da Europa de Futebol em Portugal como resposta ao que eu coloaquei na porta do quarto ao lado informando o italiano que Portugal era campeao do Mundo de Hoquei em patins tendo derrotado a Itália na final. Para agucar o apetite para uma discussao sobre que nivel de intervencao deve o governo ter na economia é sempre bom ir ao frigorífico buscar um pacote de Clinton Ice Tea e servir um pouco da American way of life ao jovem republicano, e alertar a alema que este Ice Tea é um produto alemao.
Já faz parte da vivencia de Erasmus o intercambio culinário, noutro dia fiz um arrozinho de favas com um estrugido bem puxado que granjeou elogios do lado alemao e italiano. A massa que o italiano cozinha é mesmo pasta italiana ainda que servida num alguidar de plástico dadas as quantidades. O americano é também um amante do garfo e é usual ve-lo a cozinhar uns molhos especiais que depois poe por cima de esparguete e que resultam da combinacao de uma quantidade infindável de molhos que ocupam os armários da cozinha. Também ja experimentamos um prato do Québec, que foi o resultado de uma transformacao das racoes servidas aos trabalhadores chineses que construiram os caminhos de ferro e auto-estradas canadianos. Já foi oficialmente aceite ter Nutella, produto que os italianos nao se cansam de dizer que é italiano, como sobremesa, seja em panquecas ou tostas. No entanto há um ingrediente comum a estes jantares, a boa disposicao, os convidados sempre diferentes e muitas vezes o seguranca a pedir para fechar a janela pois os vizinhos do outro lado da rua já se estao a queixar.

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