quinta-feira, janeiro 15, 2009

Big Foot

Ontem foi o primeiro dia do Australian Open, qualifying é certo mas de um Grand Slam. Tive oportunidade de ver alguns jogadores sobre quem recaíam grandes esperanças quando eu era mais novo (e eles também) e que andam agora a disputar qualifyings. Xavier Malisse e Dominik Hrbaty, com 28 e 31 anos respectivamente ganharam os jogos da primeira ronda e estão agora a dois encontros de entrarem no quadro principal.
É sempre curioso tentar entender porque é que alguns jogadores se eclipsam após inícios de carreira promissores. As lesões são um tema recorrente, mas é interessante fazer uma ligação entre estas e temas psicológicos. Lembro-me do Jonny Wilkinson (o herói inglês na conquista do mundial de Rugby de 2003 na Austrália) admitir numa entrevista a um jornal inglês que depois de ter sido elevado à categoria de estrela, o receio que tinha de defraudar as expectativas e que o levava e ter uma atitude mais defensiva no seu jogo e que, segundo especialistas em medicina desportiva, esteve na génese das lesões sucessivas que afectaram o jogador durante quase quatro anos.
O título do post vem a propósito de uma jogo do Estoril Open 2000 em que eu e o meu irmão “fizemos linhas”. O jogo foi entre Richard Fromberg (AUS) e Andrei Pavel (ROM) e estendeu-se até perto das 9 da noite num court secundário e com pouca iluminação. Fromberg entrou forte e ganhou o primeiro set de forma claríssima por 6-0, a única coisa que me recordo foi que Pavel partiu pelo menos uma raquete nesse primeiro set contra um indefeso frigorífico das Àguas do Luso. O segundo set foi bastante mais equilibrado e Pavel acabou por ganhar no tie-break. Nas bancadas não havia mais do que meia dúzia de pessoas e a equipa suplente de juízes de linha e apanha bolas que se iam divertindo com uma entretida troca de palavras entre Pavel e Fromberg, Pavel e o árbitro de cadeira e Pavel e o pouco público. O terceiro e decisivo set foi mais uma vez ao tie-break onde Fromberg teve mais clarividência para conseguir ganhar o encontro e deixar Pavel com um ataque de nervos que o levou a tirar as restantes (intactas) raquetes do saco e parti-las contra o logo das Àguas do Luso. Um dos episódios mais raros que testemunhei passou-se em seguida, quando Pavel arremessou (este termo bastante futebolístico) uma raquete para um membro do público. Esse mesmo membro do público enervado, retribuiu o gesto e em seguida abandonou as bancadas. Com a ajuda do meu irmão, recordei-me de outro episódio desse encontro, quando no tie-break do set decisivo, um dos juízes de linha mais jovem teve a coragem de marcar uma falta de pé a Pavel num segundo serviço.
Sei que é um lugar comum, mas cada vez mais me apercebo da importância que a “cabeça” tem no desporto!


1 Comentários:

Blogger nonsenses disse...

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Dale Richard Fromberg!!!

15 de janeiro de 2009 às 02:51  

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